Vida de gado!

Vida de gado!



Por Pe. Jorge Ribeiro



Como classificar essa massificação da sociedade, onde a injustiça e a permissividade rolam como bola no gramado? Essa condição esmagadora da maioria dos brasileiros, fruto de  uma sempre injusta divisão social, onde a sociedade classista e sem definida personalidade inculca a massacrante busca de vantagens. Essa nação que caminha para um ermo, construída e revisitada por ideologias disfarçadas, não valoriza e não honra seu filhos. Como levar a sério uma legislação onde aa corte suprema está descortinada, sem direção e tomada pela fumaça de interesses e polaridades? Que povo pode vier sereno quando seus direitos e identidades são desconfigurados ? não se pertence a uma família, mas a uma elitização da condição humana. Esse descaso voluntário que cotidianamente entorpece a sofrida realidade dos pátrios, tende a uma famigerada despersonalização de trabalhadores, que dessegurados dos seus mais fundamentais valores e direitos, vendem sua saúde e seu trabalho, como mercadorias de vencidas validades. Esses braços cruzados e essa indiferença perante o massacre da criatividade em um povo com perda de memória, permite que parasitas de gestão pública legitimem a desonestidade e a corrupção como metodologia ativa de uma desconstrução da esperança, a qual jaz num tédio de incertezas e cafonices.  Essa subordinação legalizada como se direitos fossem favores ou dispensa de privilégios, transforma o admirável mundo novo em um caótico dissenso onde não se contabiliza a igualdade de oportunidades e nem se preconiza uma liberdade que favoreça um homogêneo crescimento. Segue a ameaça como instrumento da ordenação social e a dominação continua como prestadora de serviço entre os favorecidos. Disfarça-se na ideia que se seja um povo feliz, e por isso continua se jogando as migalhas e boquiaberto se espera o decreto dos maiorais, que determinam o curso da navegação. Uma alegria como consumo de superação das misérias subjacentes, e como gado encurralado se continua a aplaudir o capitão-do-mato que marca violentamente com o ferro de suas prerrogativas. Então a fantasia de intermináveis carnavais  e alienantes religiões embriagam e mascaram a sorte de um povo sem futuro e sem perspectiva, e numa letargia sufocante, leva uma vida de gado, tocando em frente, tentando se proteger de maiores desgraças  e sem pensar que estrada está trilhando.



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