O que nos sacia?

O que nos sacia?



Tudo que vem de mim mesmo ainda me deixa a desejar
E essa insatisfação tem alguma razão aparente?
Cada ponto de chegada demarca outra saída
A sensação de completeza dura apenas momentos
O que nos sacia vem de fora!


A fome de presença, a sede de afeto, o desejo de reconhecimento
De onde vem uma possível resposta?
Vejo que eu não me basto a mim mesmo
O que pode calar esse inquietante busca?
O que nos sacia nãos vem de fora



Interpelações sobre a felicidade
Reticências sobre as conquistas
Especulações sobre o infinito
Autotranscedência  apesar da falência
O que nos sacia vem do Outro


Consciência dos próprios limites
Incertezas sobre o depois
Fragmentações e divisões internas
Senso de absoluto mesmo na decadência
O que nos sacia?


A falta de silencio

A falta de silêncio




É um dado do qual não se pode escapar: vivemos em um marasmo generalizado, tanto no mundo sociocultural, quanto no mundo acadêmico e religioso. Essa normatividade que provoca certa anestesia nas atitudes das pessoas foi o pano de fundo das vinte cinco (25) razões para não se acreditar, que Bernhard Welte descreveu no itinerário do homem contemporâneo, ou seja, da passagem do crer ao nada.
O pensamento fantasioso e demasiado objetivista é o primeiro obstáculo, o homem não tem consciência que seu pensamento é ferido, falho e, sobretudo, perigoso, pois não mais se coloca a pergunta sobre o ser das coisas. O  segundo é o esquecimento dos próprios limites, quando não se percebe a barreira do horizonte ôntico – cientifico, o da interdependência dos entes e aquele que o próprio mundo nos obriga. O terceiro se mostra como a exaltação dos bens materiais e a desmesurada confiança na ciência, que se pretende salvadora. Em quarto vem a absolutização das coisas e a anulação do tempo e do espaço como dons é outro obstáculo a crer. 
O quinto impedimento a crer seria o desaparecimento do entusiasmo, o não se espantar mais diante das coisas e das novidades. A sexta barreira seria mesmice e a vida sem investigação, para muitos os métodos e as normas paradigmáticas são suficientes para um novo conhecimento. Não se pergunta pelo ser das coisas, mas ha um contentamento na descrição normativa. A sétima barreira se apresenta como a renúncia das grandes questões, quer dizer, o medo de colocar a realidade dentro de grandes projetos inibe as grandes interrogações.
A oitava falha seria a falta de grandes nomes, não se tem grandes homens capazes de suportar o peso das grandes ideias, isso desencoraja também. Nona aparece como a inexistência de utopias e sonhos, onde a luta pela sobrevivência e pela vantagem falam mais alto, isto vem como um apaziguar-se com as migalhas e abandonar as aspirações. A décima barreira à crença se mostra como arrogância das propostas, como ideias regulativas e não como pensamento ferido.
Um outro limite ao crer é a ausência da graça, se faz calar a voz de tudo que soa religioso, divino, assim impossibilita o crer. O ponto central, que tomamos como título dessa reflexão, é a falta de silêncio, não se pensa o ponto inicial das coisas e da própria vida, mas se enche de coisas e sons. O outro limite unido ao anterior é o medo do diálogo, um vício a não falar com o Tu, desprende a ter uma relação eu-tu.
A outra causa para não crer seria a desconfiança, essa suspeita em relação ao outro e ao desconhecido. A outra dimensão seria a inflação do amor, ou seja, o conformismo que leva o amor a ser instrumentalizado. Um outro impedimento seria o problema histórico, dado que se absolutiza os eventos que são historicamente comprovados. A Mania de grandeza seria esse fator para se resistir ao crer.  Um outro seria a fragmentação ou rejeição da condição de escutar o outro.
A não consciência do próprio nada aparece também como impedimento ao crer, não reconhecer os limites humanos nas suas infinitas manifestações.
Não querer, não saber e não ter, ou seja, deixar-se possuir pelo vazio, ou seja, resistir a não ser nada, isso também impede a pessoa de acreditar. Somente se esvaziando é que se pode se reconhecer como tal. Desse modo, a apropriação é um outro impedimento, para crer precisa praticar o  isolamento, o desapego de si e das coisas, um destaque solitário. A falta de política do amor, isso dificulta a crença, pois é preciso que a inteligência criativa supere aquela instrumental.
Ele ainda coloca que uma Igreja distraída também seria uma das razões para não se crer, pois somente uma igreja que faça a diferença e não que pratique a diferença pode dar um testemunho atraente. Somente quando Ela seja garantia do depositum fidei e profética então ela é construtiva.

A penúltima barreira é a temporalidade do ser, quer dizer, como esse tem se manifestado no tempo, a sua epocalidade, como ele tem se revelado ou desnudado. O ultimo item no impedimento do crer é o eclipse de Deus, a morte anunciada, sentimentos hostis em relação à fé. Somente no silêncio que o homem percebe que ele é livre mesmo diante de Deus.

Pra se pensar ....

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