Bipolaridade

Bipolaridade




Essa indiscutida ambiguidade que assola as intenções
Coração inclinado a interesses e a buscar vantagens
Desapego dos afetos mais recônditos e preferir os inautênticos
Nunca querer totalmente e jamais abandonar completamente

Seja o sim ou o não, quase sempre se transforma num talvez
Desistir e buscar insistentemente, entre insegurança e indecisão
Sem a tosca mania de dar um sentido ou buscar significado
Preço alto de não pertencer ou de se incluir a ninguém


Personalidade quebradiça e ideias movediças
Sair de si, mas sem deixar de ensimesmar-se
Desejos e coração fragmentados, assim como o pensamento
Dizimando entre mundos opostos e complementares.

Esquecer e se manter arraigado aos próprios arquétipos
Busca de solidez e também de extrema solidão
Invasão  e superficialidade nas loucuras e nos afetos
Prender-se e abandonar-se nas banalidades e veracidades.

Farsa ou bipolaridade? Descontinua aventura
Sem opção se aproxima, do contrário deixa logo
Na oportunidade acontece a repentina transformação
Expulsão e engano, opção pelo vazio e pela perplexidade.



Qual é a minha sorte?

Qual a minha sorte?



A sorte dos ídolos? O vazio, o nada, a morte?
A sorte dos egoístas? A ambição desmedida, o individualismo e a vangloria?
A sorte dos fracos? O desanimo, a acomodação e o medo?
A sorte dos pessimistas? A matança da esperança, o fatalismo e a murmuração?
A sorte dos apaixonados? A ilusão, a embriaguez e o desejo?
A sorte dos malvados? A indiferença, a soberba e a violência?
A sorte dos realistas? A cotidianidade, a espontaneidade e a liberdade?
Afinal, qual a minha sorte?


Pra se pensar ....

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