Escravo de mim

E eu escravo de mim…


Quantas vezes me iludi pensando ser livre
E depois será como morrer, uma noite que nunca passa…
Um amor que não faz voar, que faz respirar e depois abandona.
Essa escuridão terrível que assombra todo sonho
E tudo depois será como desaparecer, um vazio que causa vertigem…
Chamo-te e não me responde, espero-te e nunca apareces
E eu nas noites esvanecido de tantos pensamentos e me adormento na solidão!
O incrível é que tudo passa, dias virão e outras coisas invadem.
Uma diferença abissal e insuficientes distinções e continuamos de olhos abertos!
Fecho os olhos esperando não mais lhes abrir e a morte não me alcança!
E continuo escravo de mim…
Escravo de meus desejos, os mais lúcidos, os mais sagrados e os mais desconcertantes!
Escravo de meus sonhos, os mais reais, os mais sensíveis e os mais atrozes!
Escravo de meus pensamentos, os mais nobres, os mais geniais e os mais destrutivos!
Escravo de minhas ações, as mais sinceras, as mais acertadas e as mais inúteis!
Escravo de meu destino, escravo de minha natureza, escravo de minhas escolhas, escravo de mim!
Memórias de vidas vividas, emoções sofridas e sentenças imaginadas!
Agonias de problemas atuais e de refúgios em veredas inexistentes!
Abraço a absurdos que amedrontam um sentido suicida!
Insanidade voluntária de uma escravidão anunciada!
Profanação de uma biografia que se desvincula da barbaridade do cotidiano!
Buscas incansáveis de si que se entrelaçam na areia movediça da angústia de viver!
Tempos, conhecimentos, realizações: e eu escravo de mim

Jorge Ribeiro

Novembro 2014

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