BACURAU

BACURAU




Bacurau, um filme brasileiro estrelado em 2019. Segundo os sites populares, “Bacurau é um filme brasileiro, dos gêneros dramafaroesteterror gorefantasia e ficção científica, escrito e dirigido porKleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. É produzido por Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt e estrelado por Sônia BragaUdo Kier e Bárbara Colen e outros muitos atores. O título do filme é o apelido do último ônibus da madrugada no Recife, e a origem do nome vem de uma ave de hábitos noturnos comum nos sertões brasileiros, que era chamada pelos povostupis de wakura'wa”.
Atirar nas pessoas, inclusive em crianças, tacar fogo nas casas é coisa normal e lúdica. Estender no varal os despojos dos mortos é selvageria. Que ironia essa crítica de costumes e de civilização. Um filme recheado de crítica social e política. O nordeste afamado, mantido como curral eleitoral de políticos corruptos e vendidos. Os norte-americanos que se sentem dono do mundo, de tudo, sem respeitar ou levar em conta as culturas regionais. Todos são subumanos, quase gente: “são parecidos conosco, mas os lábios e o nariz não”, frases tipo essa que denotam o preconceito, o prejuízo e o utilitarismo mesquinho de quem se sente superior. Certamente o filme carrega sua dose de ideologia, mas não inocenta ou vitimiza as pessoas do povoado não, mas mostra que todos são bons ou maus a depender das situações, mas existem pessoas que fazem por não considerar os outros com a mesma dignidade e o mesmo valor. Atualíssimo: um Brasil cedido como espaço de aventura dos ricos. Numa outra voz: “que importa, amanha vamos embora mesmo”. Vem, deturpam, cagam em todo território e se retiram e todos devem ficar calados porque são “gringos”, como afirma o prefeito vendido.
A paisagem seca e sombria, denotam o descaso e a chaga do lugar abandonado, os rostos sofridos e sem lamentações dos nativos clamam por uma esperança que não se sabe como chegará, talvez num tanque-pipa ou num ônibus circense. Aquele povo que afirma sua identidade e tem orgulho de ser o que se é, sem ganância ou complexo, combina a necessidade com a engrenagem da modernidade, pois entre a falta de água e o sinal da internet, o drone é objeto conhecido de todos. Conservam os costumes e as cantorias dos ancestrais, mas antenados aos últimos acontecimentos. 

O filme mostra que quando as pessoas se sentem parte de uma mesma realidade, aceitam-se sem maiores delongas ou sem grandes satisfações a dar. Convivem todos, independentemente das escolhas e das opções: bandidos, religiosos, crianças, adultos, cristãos e de outras denominações, trans, gays, lésbicas, prostitutas, políticos, ou seja, acolhem sem colocar dificuldades. Os estrangeiros ou de outras regiões são acolhidos também. Claro que tem uma pitada de ironia e algumas piadas, mas sem grandes preconceitos, isso porque cada um vivem para si sem esperar muito da sociedade ou da opinião dos outros. Eles tinham consciência de onde estavam e das consequências de serem dali e se orgulhavam de pertencerem àquela infame realidade. Triste, mas era a vida deles. Não precisa sair ou se vender para ser feliz, basta assumir a própria identidade e lutar por ela. Como enfatizou algum comentarista: é um filme profeta do presente, entre rastros de odio e cantos de amor.

Sombra da morte

Sombra da morte


Por Pe. Jorge Ribeiro


A vinda da morte é indesejada
A sua presença é excomungada
A sua vizinhança é exorcizada
A sua certeza é ignorada.

            Qual é tua cara Ó morte?
            Porque almejas levar minha sorte
            Não te quero como consorte
            Pra teu desgosto estou mais forte.

A morte é triste, mas traz justiça
A morte iguala todos além da cobiça
A morte não é, ela é fronteiriça
A morte não pede licença e nem eriça.

            Seu nome oh morte se busca esquecer
            E de sua sombra se busca correr
            Da vida se lamenta e exala todo sofre
            Mas se quer a vida e ninguém quer morrer.


Pra se pensar ....

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