VERTIGEM

VERTIGEM


O que é esse mal-estar que nos envolve e nos deixa desorientados? Por que essa constante desconfiança em relação ao outro e ao que se apresenta divergente? E essa suspeita com o que não se define como “eu” ou como “meu” será apenas fruto da fragmentariedade desse época de desrazão ou consequências das movediças artimanhas do ser ambíguo que estrutura a pessoa humana? O que está por vir? Uma vertigem incontrolada desfila pelas veias complexas da humanidade.
Partindo de um texto de Kundera: A insustentável leveza do ser, no qual se afirma que "O que é vertigem? Medo de cair? Mas porque temos vertigem num mirante cercado por uma balaústra sólida? Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa. É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrai e nos envolve, é o desejo da queda do qual nos defendemos aterrorizados." Esse vazio do nada causa tanta impressão que é mais vertiginoso que a própria queda. O que é isso? Os códigos que já nos foram impressos causam essa sensação de movimento giratório e oscilante e por uma associação de ideias e de possíveis derrocadas, falta a segurança.

Essa fraqueza que aprisiona o ser é a mais alta expressão da nossa debilitada condição, ou seja, a vertigem é sintoma e fruto do nada existencial, que premune na queda a inexorável derrocada da condição humana em sua mais antagônica certeza, que é um não ser. A vida? Essa é apenas um parêntese entre facticidades e fatalidade. O destino? Um sonho que que haja um sentido em tudo que preconizamos. O futuro? Uma corrida ilusionaria verso o precipício. E o nada? Impossibilidades existenciais ou o vazio que se apresenta como única realidade vigente. E a sonhada estabilidade? Abriu-se um buraco negro nas esperanças de conciliação e tolerância, pois uma forte tendência ditatorial parece se desenhar no horizonte das nações. E esse lado obscuro que cada um carrega, o que significa? Nascemos com uma ferida ou é apenas uma falta que devemos completar com os outros? E o que nos resta? A vertigem.

Pra se pensar ....

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