Cada um
colhe o que semeia
Cantarolava
uma canção que “tudo que você faz um dia volta pra você”, além do fatalismo e
da lei do retorno, a vida é assim mesmo, oferta a cada um que buscou e
escolheu. O dito popular que “cada um colhe o que semeia”, pois quem planta
vento colhe tempestade, assim quem planta desafetos colherá solidão. A natureza
devolve, com juros, tudo o que sofre em nossas mãos: desmatamento,
transposição, construções sem política ambiental, …, o que estamos colhendo?
Perda do sentido dos valores e do respeito, a desmoralização das autoridades e
a legalização das extravagâncias pessoais, no que se tem resultado? A busca
desenfreada de ter, a banalização das relações e a exclusão de Deus da
sociedade, em que caminho nos encontramos?
Cada
um colhe o que semeia é a lei irrevogável da responsabilidade. E o sofrimento
dos inocentes é fruto de que ou de quem? E a fome e a miséria no mundo é
colhimento do que? Cada ato da pessoa, por mais insignificante que pareça,
acarreta consigo uma escolha e também uma consequência. Um copo plástico que
hoje parece inofensivo jogado no campo, pode trazer sérios danos dentro de
alguns anos. O tempo é sempre presente, mas no hoje colhemos os frutos das
escolhas, sejam elas impensadas ou bem estruturadas. Não existe ações ou
atitudes neutras, não sejamos ingênuos que o que fazemos, por mais inocente que
seja não vai ter uma exigência.
O
ser humano é autonomia e responsabilidade, mas os tempos modernos nos inculcam
que sejamos apenas seres de liberdade e de direito. Por isso exigimos,
pretendemos e nos arrogamos. Cada qual cumprindo seus deveres e honrando seus
compromissos, já se melhoraria bastante a realidade na qual estamos imersos.
Comprei, devo pagar, usei devo repor, gastei devo restituir, machuquei, devo arcar,
… se essa consciência fosse mais límpida e presente nas pessoas, o mundo seria menos
injusto e mais confiável. Conformismo? Abnegação? Submissão? Não! Simplesmente
eticidade de vida. A normativa do empoderamento é a imposição, tantas vezes
desnecessária, do endeusamento de uma situação historicamente desconsiderada.
Não se pode justificar um erro com outro. Desse modo, antes de atribuirmos a
culpa aos outros pelas nossas falhas, precisaríamos refletir senão é que
colhemos o que plantamos!