O ser e seus transcendentais

O ser e os transcendentais 


O ser: (Aristóteles, Metafisica; Tomas de Aquino, S. STh, I; De Veritate 12; Sartre, J-P., O ser e o nada; Heidegger, M., Ser e Tempo)
Realismo: filosofia do ser e não do devir; filosofia do ser e não do não-ser, nada; o devir, a contingência, o mal, a individualidade, etc., são todos aspectos da realidade ou valores que podem e devem ser considerados e estudados, dado que cada ato da pessoa, cada parte do mundo ainda que puramente físico, cada forma de vida do espírito, cada fenômeno do cosmo e da história pode dar lugar a uma meditação filosófica, na qual somente tem o seu culmine a interpretação daquele fato ou daquele aspecto da realidade. Entretanto, o conceito central e vital de uma filosofia que deseja ser visão e interpretação completa do mundo e dar o sentido integral da realidade, não pode ser reduzida à idéia, a forma, a intelectualidade, o pensamento, a mônadas, a consciência transcendental, a dialética dos opostos, a fórmula ideal, o bem, a intuição estética, etc., ainda que de cada um desses conceitos se pode fazer emergir , e na realidade emerge, um significado perene e eterno, a idéia divina, a totalidade do ser naqueles conceitos parcialmente representada e realizada.
Deve-se chegar a um outro objeto formal da filosofia, ou seja, as causas ultimas, a objetividade do universal, ao ser. O ponto de partida é o juízo de existência, o existente concreto, mas é no universal, na realidade objetiva que o realismo deve encontrar o prado da sua razão e objeto da filosofia. Em uma palavra: a filosofia da essência e da existência.
Uma visão positiva e sadia da razão e da vida intelectual. Porque caindo o ser, negada a objetividade, cai Deus também e não tem mais a possibilidade de falar de cristianismo e de ordem sobrenatural, ao menos que não se inventem novas concepções de Deus e das realidades transcendentais.
Distinção entre a essência e a existência nas coisas criadas. A existência é a última atualidade e que a relação entre essência e existência  é a relação de potência a ato: onde se distinguem ali é limite, onde se identificam ali é infinito e absoluto.
O conceito de ser como síntese e como relação de essência e existência elucida o significado e o valor dos outros conceitos da metafísica. A essência é aquilo que o ser é; a existência é o ato pelo qual um ser é; a potência é a capacidade a ser; o ato é o que existe; a substância é aquilo que tem existência em si; o acidente é o que não tem existência autônoma; o verdadeiro é o ser enquanto conhecido; o bem o ser enquanto desejado.
Ao ser se ligam também os princípios supremos da realidade e do pensamento, isto é, o principio de identidade (o ser é o que é); o princípio de não-contradição (o mesmo ser não pode ser e não-ser); o princípio do terceiro excluído (um ser ou é ou não é); o princípio de causalidade (todo ser que começa a existir e que não tem em si a razão da própria existência, deve provir de um outro ser).

A história dos transcendentais: (Gilbert, P., Mètaphysique, 10; Agostinho de Hipona, O livre arbítrio, II, iii,7; Aristóteles, Metafisica III;  Tomas de Aquino, De Veritate I, 1; Kant, E., Crítica da razão pura,  B 113-116). Da Silva, M. Bolda, Metafísica e assombro (105-112).
A metafísica se aplica ao ato de ser e medita sobre o ritmo do seu deslocamento. Por isso, essa coloca em movimento meios específicos de inteligibilidade que, para poder colher o ato, devem ser apropriados a esse. Esses instrumentos são os transcendentais.
A categoria e a predicação: os conceitos, do lado indutivo ou a posteriori da sua construção mesma, provem da experiência. Mediante a indução, nós generalizamos alguns aspectos da nossa vasta experiência para chegar a formas comuns, os nossos conceitos. Essa generalização resulta de uma exigência a priori e sintetizadora do espírito que, para compreender o mundo, traça vínculos coerentes de relações. A construção dos conceitos exercita uma função espiritual a partir da receptividade das informações sensíveis.
O enunciado das categorias provém de uma reflexão crítica sobre disposições de nossos conceitos. Idear uma categoria significa dar conta do presente de uma língua articulando-a em um segundo nível.
A validade de um sistema de categoria não é fundada na experiência sensível, mas no ato intelectual que unifica o mundo transcendo-o. Daqui a multiplicidade dos sistemas categoriais, tão numerosos quanto os possíveis pontos de vista sobre o mundo. Será que ao se poderia inventar um sistema categorial universal? Porfírio tenta realizar um sistema assim, seguindo Aristóteles onde todas as categorias subsistem em referência a primeira de todas,  a substância em si e individualizada, cujos predicamentos (gênero, espécie, diferença, acidente) significam acidentes especiais. Ou seja, os predicamentos organizam os elementos essenciais que entram na definição da substância ligando as espécies aos gêneros.
Um sistema predicamental é a serviço da invenção intelectual, sem ser dado naturalmente. Isso pode ser observado partido dos indivíduos e andando verso os gêneros mais vastos, apoiando sempre sobre a experiência sensível, mas superando-a para impor-lhe qualquer inteligibilidade, dado que geralmente hierarquizamos as coisas até ao mais geral – comum.
Diversas junções categoriais classificam os predicados que atribuímos às coisas. Isso não tem nada de imediatamente empírico, apenas resulta de um esforço espiritual secular que nossas culturas acolhem. Os sistemas categoriais e predicamentais que recebemos de nossas culturas comuns e sabias deixam ressoar em si os esforços prodigiosos dos nossos antecessores. Como exprimir o ato de ser mais universal, aquele de toda realidade?
Da antiguidade aos tempos modernos:


Para que sofrer?

PERGUNTAS DO SOFRER…


O que é sofrer?
O que quer dizer  ser sofredor?
Qual a razão do Servo sofredor?
O que é quer dizer ser Servo e sofredor?
Somos aquilo que escolhemos e podemos escolher sempre o que é certo, verdade?
Acaso alguém escolhe a via da dor e do sofrimento?
Será que não somos obrigados a aceitar, a conviver  e a suportar o sofrimento?
Como reagimos diante da dor do outro?
E quando a dor invade nosso corpo e nossa alma, como nos comportamos?
Que sentimos quando vemos sofrer quem amamos?
Tem valor o sofrimento?
Tem sentido o que se sofre?
Qual o sentido do padecer o domínio dos outros?
O sofrimento pode redimir?
O sofrimento é espada que coloca as pessoas em pé de igualdade.
O sofrimento humaniza e terroriza.
O sofrimento questiona a bondade existe e exige uma explicação a tanto mal.
Não faço apologia ao sofrimento, nem a dor e nem a cruz, porque  são sinais da miséria nossa!
O legado de uma natureza descontínua e reticente é a sua fragmentação e necessidade!
Somente do “Sumo Bem” pode vir um bálsamo capaz de aliviar a dramaticidade do sofrer.
Somente  imergindo-se no Divino pode-se encontrar um motivo para superar e suportar a dor.
Somente no “Servo Sofredor”, obediente e paciente, podemos dar razões para a esperança!


P. Jorge Ribeiro

Semana Santa 2014

Pra se pensar ....

Desespero anunciado

Desespero anunciado Para que essa agonia exorbitante? Parece que tudo vai se esvair O que se deve fazer? Viver recluso na pr...