Êxodo
Abrigar-se no nada
Despedir-se do possível
Buscar o improvável
Aglutinar o próprio êxodo…
Por-se em outros caminho
Continuar por veredas escuras
Dirigir-se ao desconhecido
Entrelaçar-se por vias tortuosas…
Sair de si, sair das suas convicções
Correr de encontro ao vazio
Caminhar sem metas e destinos
Mover-se sem pretensões e sem intenções…
Andar por estradas nunca andadas
Desviar-se por sendeiros jamais abatidos
Olhar horizontes diferentes
Contemplar o sol de outro tramonto…
Deixar o apego e o seguro
Lançar-se no breu da noite
Abandonar-se às razões desmedidas
Revestir-se de paixões descabidas…
Exilar-se por conta própria
Esquecer as raízes e os sonhos
Seguir o instinto e o itinerário
Arraigar-se no próprio Êxodo.
P. Jorge Ribeiro
Setembro 2013
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