Que
violência é essa?
Por. Pe. Jorge Ribeiro
O tempo pós-moderno provoca o
surgimento de uma nova ética, toda ela volta da o indivíduo e suas
necessidades. É verdade que todo ser age
e reage. O ser humano por essência é social e
racional. Então as relações devem ser racionais e sociais. De onde vem
então a agressão e desproporcionalidade de atitudes? Constatando os últimos
acontecimentos aqui no Brasil e na Bahia, pode-se chegar a uma dilema e isso leva
a uma indagação: a pessoas se dá “conta que se age continuamente? Qual o sentido
do ser e do agir? Diante dos acontecimentos que me envolvem e me rodeiam, eu me
sinto parte, responsável ou apenas me encontro em meio a uma estrada que não
sei onde começa e para onde vai? Eu me interpelo e interpelo o por que das
coisas, ou seja, porque isto e não aquilo? E perante ao modo violento de viver
e de agir, como me posiciono”? (RIBEIRO: 2017). Não é possível ser indiferente
ou atribuir ao sistema, a estrutura do ser ou outras implicações a
culpabilidade da violência.
Perante tantas
incertezas e tantas reações adversas perante a violência e tudo que ela
envolve, ainda cabe algumas constatações indagativas: “primeiro o fato de estarmos
alerta para o fato em si, a violência existe e bate às nossas portas; vivemos
numa atmosfera de perplexidade generalizada, mas nem todos se dão conta que
vivemos nesse clima, então cabe outra pergunta: por que a violência? O que
causa a violência? O ser humano é naturalmente violento ou ele se corrompe com
as circunstâncias? Como nos posicionamos diante desse fenômeno? Até que ponto
somos responsáveis pela violência aplicada ou subida”? (RIBEIRO:2017). Perante
tal situação, como e o que se pode fazer para reverter ou diminuir essa onda
que alastra e arrasta a humanidade para o seu mais tórrido espaço?
A presença da
violência não é normal e não é descontada também, é como o pão que devemos
engolir por força, isso porque “de maneira direta ou indireta, diariamente, somos expostos a todo tipo
de informação alusiva a atos de violação à integridade física, psicológica e
moral de outros seres humanos por meio dos noticiários televisivos, da mídia
impressa, do cinema, das séries policiais e da própria realidade à nossa volta.
Somos testemunhas de atos violentos, conhecemos pessoas que foram vítimas e
também agressoras, ou somos nós mesmos vítimas ou responsáveis por ações que
deixam sequelas no outro” (RIBEIRO: 2017). E como superar tudo isso?
Sem ser uma receita, mas é preciso
que todas as instituições e organismos que lidam com pessoas se envolvam no
processo de educação do sujeito. Não basta transmitir um ciência e certos
conhecimentos para se ter habilidades no mercado de trabalho, faz-se necessária
uma educação que envolva a pessoa na sua totalidade e promova a sua integralidade e não apenas
sua competência. Ser uma pessoa bem-formada não se limitar que seja uma pessoa
instruída. Isso requer envolvimento dos órgãos governamentais, das instituições
que versam nesse campo educativo e as famílias também. As reações desproporcionais
e que envergonham a raça humana na sua estrutura de ser capaz de relações dialógicas
e saudáveis, convida a todos a refletirem sobre o rumo da educação e como todos
estão envolvidos.
Referência bibliográfica:
RIBEIRO DE SOUSA,
Jorge. A violência: como tratar a partir da filosofia? Fot. In próprio. 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário