Deus não está morto!
Análise do filme que pretende colocar em voga a questão de Deus e da sua
existência, assim como da possibilidade de se fazer uma demonstração disso.
Ficha técnica:
1. God's Not Dead é um filme
de drama cristão de 2014, dirigido por Harold Cronk e estrelado por Kevin
Sorbo, Shane Harper, David A. R. White e Dean Cain ( Wikipédia).
2.
Enredo \ sinopse:
Antes de
vermos a síntese do filme e de analisarmos a sua coerência, como filme, começamos
por perguntar: até onde você é capaz de ir para provar sua fé?
O fato é
que em seu primeiro dia de Universidade, o estudante Josh (Shane Harper) terá
sua fé desafiada diante de todos os seus colegas na aula de Filosofia. O
pretencioso professor Radisson (Kevin Sorbo) diz não querer perder tempo com
tolices e orienta seus alunos, categoricamente, a negarem a existência de Deus,
assinando um papel com apenas três palavras: Deus está morto!
Assim, Josh encontra-se
dividido ao ter de escolher entre sua crença e seu futuro. Angustiado e
nervoso, ele não cede às pressões, provocando a ira do professor e não somente
dele. Agora, Josh terá de defender a existência de Deus para toda a classe (em
três lições). Sem muito apoio, ele questiona se, de fato, pode lutar por aquilo
que acredita (Cfr. www.gracafilmes.com.br).
Análise crítica:
O filme
aborda o tema religioso, sobre a existência de Deus e a possibilidade de sua
demonstração racional. O filme joga com duas visões excludentes, ou seja, de um
crente que tenta justificar sua fé e de um ateu militante, que nega a
possibilidade de Deus, sem querer confrontar suas ideias.
O filme
se mostra pretencioso desde um início e faz uma caricatura dos personagens, isto é, como se o ateu fosse
insensível e sem razão e os crentes
fossem inocentes; entre os dois personagens principais, o argumento é de
matriz filo-teológica, quer dizer, de uma teodiceia que se fortifica por meio
de aparatos estreitamente religiosos.
Ao
derredor desses dois, professor e aluno, faz-se desfilar uma gama de sujeitos
que complementam a trama e que, parecem colocados para justificar as razoes
fideístas. Conflitos morais, religiosos e de sofrimentos recheiam as cenas
paralelas. As duas personagens centrais entram em conflito ou em comunicação
com todos os outros que são inseridos na trama e, de um modo ou de outro estão
entrelaçados.
O filme
mostra, ao meu ver, tanto a pretensão de um como do outro, um ateu, que por
causas pessoas prefere não colocar a hipótese de Deus, principalmente de um
Deus bom e a pretensão de um aluno que pensa poder provar as razoes de sua
crença. É verdade que o filme deixa
entrever que a fé seja uma adesão pessoal e que depende, em última instância,
da abertura que cada um tem a essa possibilidade. Mas também é verdade que o
filme assume um tom apologista, como se a visão cristã fosse a correta, onde os
não crentes aparecem ambiciosos e fúteis e os crentes pessoas assentadas e
alegres. Soa muito mercantilismo da fé e
de um modo de viver a fé como atitude vitoriosa em relação aos problemas da
existência humana e social.
É um
filme válido, mas também deixa em aberto algumas questões: se os ateus são
todos insensíveis? Qual a distinção entre a vontade de Deus e o egoísmo da mesma
pessoa? Que os cristãos vivem numa atmosfera quase fora da realidade? A fé
torna as coisas mais fáceis e tem sempre uma dose positiva em confronto dos
sofrimentos e da maldade?
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