A lei da consciencia nasce, não nasce da natureza, mas dos costumes,
pois cada homem, honrando, no seu interior as opinioes e os costumes
sancionados e praticados no seu ambiente, não consegue viver
diversamente sem remorsos (cfr. Montaigne, Ensaios
I, 23). Essa perspectiva de Montaigne leva a concluir que cada
pessoa, ao fim de tudo, é sempre sozinha, ou seja, a condiçao da
pessoa, no mais profundo e decisivo instante, não é que ser para si
mesma, sem ninguém, pois as decisoes mais importantes e essenciais
sao feitas entre si mesmo.
Cada um é responsavel de si e das
aventuras que entrapreendem, entretanto, nenhuma escolha é apenas
para si, dado que tudo que se relaciona com a pessoa é em
referimente ao outro ou aos outros, pois o seu ser social o insere
num contexto de aventuras complexas, complicas e entrelaçadas;
verdade que a pessoa està sempre em movimento, ainda quando parada,
mas esse terreno movediço tende a construir uma rede de relaçoes
mais ou menos fixa, porque a descontinuidade do ser no tempo exige um
substrato permanente que garante a sua memoria e a sua identidade.
O eu no seu desabrochar se depara
com situaçoes que muito lho fascinam e com outras tantas que lho
desanima, pois a estrutura e o vocabulario de sua figura é de um
lado volatil e fronteiriça e de outra parte é apologética e
configurativa, assim, reage-se com medo, com duvidas e reticencias e
também com identificaçao e acolhimento, o que significa que o eu
necessita fazer um acordo com todos os fantasmas e obscuridades que
possam aparecer no seu percurso e poder viver em primeira pessoa as
suas proprias aventuras.
Os passos que essa pessoa projeta e
concretiza dinamizam e espelham a sua mesma arte de ser e viver, o
que deve ser fruto da sua particular experiencia e da sua sintese
existencial: o que na ordem das regras e responsabilidades se traduz
em valores, direitos, razoes e realizaçoes; o que me define, ao
final de tudo, é minha capacidade de ser eu mesmo e de colocar em
evidencia as aventuras que que desejo que permaneçam escritar no meu
jornal pessoa.
Um comentário:
Um pouco da minha vida... e meus pensamentos...
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