A pintura de si

Eu sou eu e minhas circunstancias, eu sou o destino e o objeto do meu livro, em minhas paginas desenho a mim mesmo; essas e outras revelaçoes de alguns filosofos, que a primeira vista parece ser a demonstraçao desvelada de egoismo, é a mais pura manifestaçao da filosofia do eu, que por meio de um desconcertante pluralismo  e por meio de um vocabulario altamente personalizado, esses estudiosos buscam expressar em primeira pessoa o que seria a vontade contida de todas as pessoas, dado que tudo aquilo que fazemos é para confirmar ou desenhar aquilo que queremos ser.
Ao pintar seus retratos em primeiro plano, ou seja, desmistificar-se e demonstrar-se assim como sao, esses pensadores evitam os maus-entendidos e prejuizos, mas também podem liberar uma imagem distorcida de si mesmos; alguns revelam os proprios defeitos e limites, a ponto de provocarem irritaçao e desdem, outros se embriagam consigo mesmos e acabam por se elevarem quase a razao do existente; entretanto, com a descoberta do sujeito pensante e sensivel e da sua intersubjetividade, nao se pode fazer menos que refletir sobre o homem e o seu destino, a sua funçao no mundo e a possibilidade de um futuro.
Esse auto-retrato filosofico especifica que em genero universal, particularizado ou em primeira pessoa, o homem é e sempre foi, o objeto da reflexao, ainda que essa tenha se orientado por outras vertentes e que nao haja a coragem ou o cinismo de colocar-se como a proposta do estudo e o porque da pintura. Tudo que se escreve ou que se desenha parte sempre da visao de alguém, e por que nao descrever ou pintar esses mesmos sujeitos em seu ato de perceber?

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