Hora
de balanço
Por Pe. Jorge Ribeiro
Chegou mais um fim de ano civil. E o
que vivemos e fizemos para melhorar? Permanecemos os mesmos, ainda que algumas
coisas tenham se modificado? Nos esforçamos o suficiente para superar as
lacunas e os limites que as diferentes situações nos impuseram no ano que se
finda? Nessa hora de balanço, qual a avaliação que faço de mim mesmo? Fui
positivo, proativo, colaborei para melhoria e crescimento das pessoas e da
sociedade na qual estou inserido? Perante as possibilidades e oportunidades que
me foram oferecidas eu me esforcei para acompanha-las e aproveita-las da melhor
maneira possível? É hora de balanço, de se questionar sobre o próprio empenho
perante a vida e o compromisso em destilar coisas edificantes. Que
posicionamento tomamos perante a violência, o descaso político, a
corrupção e a corrida desenfreada da
economia? Permanecemos inativos, indiferentes e distantes ou buscamos
colaborar, ajudando a esclarecer e a diminuir o peso das situações que causam
dano e peso às pessoas e à sociedade? O egoísmo é um mal a ser extirpado. Não
podemos nos fechar nos nossos mundos, buscando proteger a qualquer custo nossos
interesses e deixar os outros na contramão. Como cidadão e membro de uma
sociedade, ainda que desfigurada e injusta, não posso simplesmente tratar os
carentes e os necessitados como estorvos ou vítimas da dos sistemas, mas como
companheiros de viagem, se eu não ajudo na sua caminhada, também eu me atraso. É
verdade que diante de tanta hipocrisia e malandragem, o sentimento que aflora é
de revolta ou de desânimo, mas que tem um proposito e um sentido na existência
não pode alimentar sentimentos de perversidade e de exclusão. E perante a mim
mesmo, tenho colocado como objetivo ser feliz com os outros? A busca de
satisfação individual sem se importar com os outros é um processo de doença
coletiva que tem contaminado o mundo moderno. Cada escolha tem suas
consequências e seu preço, assim como seus prégios, pois exige renúncia e
responsabilidade. Cabe a cada pessoa se perguntar a que ponto é coerente pelas
opções e decisões que empreendem. E por fim, qual o lugar de Deus e da
solidariedade em minha vida? Temos tempo para tudo. Qual o tempo dedicado a
Deus, o Senhor de todos nós e aos pobres e preteridos da comunidade? Para que?
Ele é a razão pela qual possa existir tudo aquilo que existe, inclusive nós
mesmos. Existe alguma explicação porque existimos e como somos? Somente a
sintonia com o Criador pode nos iluminar para trilharmos um caminho que
possamos viver com serenidade, harmonia e paz. Que o novo ano seja de muitas bênçãos
para todos nós e que possamos crescer e nos humanizar cada vez mais.
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