Divisor de
águas
Por Jorge Ribeiro
Caminhava verso horizonte desconhecido
As pretensões eram apenas de seguir
Ao te conhecer a estrada era rumo ao precipício
Agora contigo a direção é outra
Não me pergunto aonde vamos
Apenas sigo passo a passo
Até aqui o chão se mostrava carcomido
Com imanentes mentiras e consciência corrompida
Busco restauração da indumentária insônia
Esfolando as minhas verdades trogloditas
Tento me afastar da miséria instaurada
Pra reconstituir a insubmissão de minha liberdade
Oscilo entre a tristeza e a solidão
Divago em etapas de orgulho e insanidade
Sou como os caretas do absoluto
Ou um tabaréu dos tempos virtuais
Maldita imaginação que provoca fadigas
Decadência condenada ao enfado
Entre lamber o chão da escolha
E gritar a autonomia do tédio
Optei viver as debilidades como vantagem
E fingir ser um pensador itinerante
A partir de você o desejo é aporia
E me desembriaguei das idolatrias e equívocos
Os sonhos excessivos se esvaneceram
As noites se tornaram menos evasivas
Menos tempo para preocupações e moralismos
Indiferentismo a reacionários e dogmáticos
Canções desarticuladas em notas retilintes
Depois desse encontro dual, divisor de águas!
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