Rótulo
Por Jorge Ribeiro
Basta que você repita
um gesto ou uma atitude lá vem o rótulo.
Caso você não
corresponda ao critério da maioria, logo recebe um rótulo
Por ventura você
seja diferente ou diferenciado, automaticamente lhe marcam com um rótulo.
O rótulo é a besta
fera de quem se incomoda com o diverso para permanecer na mesmice.
O rótulo é a
raposa que se sente forte porque os outros são apenas frangotes.
O rótulo é a
tornozeleira eletrônica que quer impedir os gestos livres.
O rótulo é a força
dos cafonas para impedir as novas possibilidades.
Você comete um
deslize ou um desguio e pra sempre viverá com esse rótulo.
Você se posicionou
ou se esquivou numa situação e irão martelar sempre nesse rótulo.
Você assumiu uma
posição ou negou uma petição e vai ser tachado com um rótulo.
O rótulo é o
preconceito que se instala e quer virar lei.
O rótulo é o
exclusivismo que se pretende normatividade comum.
O rótulo é a
intolerância que quer se demarcar como hegemonia de classes.
O rótulo é o medo
do outro que quer se estabelecer como ameaça e perda.
O rótulo é o azedume
do ciúme que quer destruir, como inveja que provoca dilacerações e incertezas.
O rótulo é a aberração de quem não consegue se desvencilhar das sombras da
própria insignificância, pois é a arma de quem pretende coisificar e paralisar
o outro. O rótulo é o grande monstro que quer engolir a espontaneidade de quem
não vivem pra dar satisfação.
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