Viver a
Semana Santa é sair de nós mesmos
Por Padre
Jorge Ribeiro
O
que é viver a Semana Santa? Como podemos viver essa semana de graça na linha do
Evangelho? Como atualizar no nosso cotidiano a mensagem e a opção da Semana de
Jesus, a Semana Santa? Afirma o Papa Francisco que “Viver a Semana Santa é
entrar sempre mais na lógica de Deus, na lógica da Cruz, que não é antes de
tudo aquela da dor e da morte, mas aquela do amor e da doação de si que traz
vida. É entrar na lógica do Evangelho. Seguir, acompanhar Cristo, permanecer
com Ele exige um “sair”, sair. Sair de si mesmo, de um modo cansado e rotineiro
de viver a fé, da tentação de fechar-se nos próprios padrões que terminam por
fechar o horizonte da ação criativa de Deus. Deus saiu de si mesmo para vir em
meio a nós, colocou a sua tenda entre nós para trazer-nos a sua misericórdia
que salva e doa esperança. Também nós, se desejamos segui-Lo e permanecer com
Ele, não devemos nos contentar em permanecer no recinto das 99 ovelhas, devemos
“sair”, procurar com Ele a ovelha perdida, aquela mais distante. Lembrem-se
bem: sair de nós mesmo, como Jesus, como Deus saiu de si mesmo em Jesus e Jesus
saiu de si mesmo por todos nós”.
Isso
significa que a Semana Santa não é um tempo de intimismo e de fechamento em si,
mas de abertura ao outro, expressão da abertura à Deus, porque a Semana santa é
o momento mais alto do amor de doação. Explicita o Papa que “Na Semana Santa
nós vivemos o ápice deste momento, deste plano de amor que percorre toda a
história da relação entre Deus e a humanidade. Jesus entra em Jerusalém para
cumprir o último passo, no qual reassume toda a sua existência: doa-se
totalmente, não tem nada para si, nem mesmo a vida. Na Última Ceia, com os seus
amigos, compartilha o pão e distribui o cálice “por nós”. O Filho de Deus se
oferece a nós, entrega em nossas mãos o seu Corpo e o seu Sangue para estar
sempre conosco, para morar em meio a nós. E no Monte das Oliveiras, como no
processo diante de Pilatos, não oferece resistência, doa-se; é o Servo sofredor
profetizado por Isaías que se despojou até a morte (cfr Is 53,12)”.
A
Semana Santa se configura, desse modo, como um convite à conversão profunda, a
qual se traduz em ir ao encontro do irmão e da irmã, especialmente dos
marginalizados e preteridos, pois a “A Semana Santa é um tempo de graça
que o Senhor nos doa para abrir as portas do nosso coração, da nossa vida, das
nossas paróquias – que pena tantas paróquias fechadas! – dos movimentos, das
associações, e “sair” de encontro aos outros, fazer-nos próximos para levar a
luz e a alegria da nossa fé. Sair sempre! E isto com amor e com a ternura de
Deus, no respeito e na paciência, sabendo que nós colocamos as nossas mãos, os
nossos pés, o nosso coração, mas em seguida é Deus que os orienta e torna
fecunda cada ação nossa”. Que o Senhor Jesus nos ajude seguir seus passos e
assim viver a alegria de sermos penetrados pela Luz da Pascoa. Amém!
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